“As mães de Chico Xavier”: defesa incondicional da vida!


Desde 1º de Abril, não é mentira, estou tentando me organizar para assistir um filme que considero especial no cinema.

Finalmente, na sexta-feira passada, 29/04, consegui saciar meu desejo de assistir “As mães de Chico Xavier”.

O filme encerra o Centenário de Chico Xavier, o médium mais famoso do Brasil. Centenário que foi coroado com os filmes “Nosso Lar” e “Chico Xavier”.

De antemão quero dizer que é um filme que nos faz chorar, refletir, entusiasmar, sonhar e recordar. Esse misto de sentimentos me invadiu durante o desenrolar do longa metragem. Oras lágrimas rolaram, oras aperto no coração e, por fim, conforto e a certeza de um amanhã melhor!

 “As mães de Chico Xavier” é inspirado no livro “Por Trás do Véu de Isis”, do jornalista e escritor Marcel Souto Maior, com roteiro original de Glauber Filho e Emmanuel Nogueira.

“As Mães de Chico Xavier” é baseado em fatos reais e conta a história de três mães, vivendo momentos distintos de suas vidas e que vêem sua realidade se transformar repentinamente: Ruth (Via Negromonte), cujo filho jovem enfrenta problemas com drogas; Elisa (Vanessa Gerbelli), que tenta superar a ausência do marido em casa dedicando-se integralmente ao filho, o pequeno Theo (Gabriel Pontes); e Lara (Tainá Muller), uma professora que enfrenta o dilema de uma gravidez não planejada. As duas primeiras mães sofrem com a morte de seu filho e a última, Lara, grávida se vê às voltas com a questão do aborto: fazer ou não!

Suas histórias se cruzam quando elas recebem conforto e reencontram a esperança de vida através do contato mantido com Chico Xavier pelas cartas psicografadas.

O ator Nelson Xavier, mais uma vez, tem uma atuação impecável, como Chico Xavier: expressando toda a ternura, doçura, inspiração e sabedoria do médium mais amado do país. Melhor representante não haveria de ser escolhido!

Defesa da vida

Uma pergunta instigante fica martelando do começo ao fim do filme: a certeza de que seu filho está vivo é um sentimento que supera a dor de perdê-lo?

Sem dúvida não diminui o sentimento de perda nem a dor, mas ameniza e conforta os corações aflitos dos pais, é o que eu acredito.

Quando pensamos no contexto de sermos Espíritos encarnados, que transcendem a matéria, portanto somos eternos, a existência humana (encarnada) nos parece um pequeno e maravilhoso feito que perpassa a existência eterna/infinita em busca do autoconhecimento.

Ou seja, quando perdemos um ente querido o mundo desaba sobre a nossa cabeça, mas a certeza do reencontro e a garantia de que esse fim não é pra sempre, traz uma perspectiva de conforto.

Acredito que nossa vida real não é essa. Ela tem sentido, contexto e importância para nosso desenvolvimento espiritual porque fazemos aqui na Terra, lugar de provas e expiações, nossa longa jornada espiritual em busca de evolução, perdão e de caridade. Cumprimos com uma missão, que na maioria das vezes não está tão certa e clara para nós, em busca de aprofundamento dos conhecimentos e solidariedade.

Quando pensamos no quanto nos apegamos a vida material e fazemos de pequenas coisas nossa maior preocupação, as situações tomam proporções que nos parecem grande, mas na verdade são insignificantes. Precisamos aprender a reconhecer o significado e importância das coisas: atribuir proporções reais e não imaginárias, como fazemos sempre.

Perder um ente querido é uma grande coisa, mas transformar essa situação numa vida de entrega não é certo. Lutar e viver é preciso, apesar de todas as coisas!

Acredito que não deva existir dor maior do que perder um filho, mas a certeza de que este não é o fim, possibilita resignação e esperança.

O combate ao suicídio e ao aborto!

O suicídio é considerado uma atrocidade pelas religiões e não se diferencia da filosofia espírita. Tirar a vida, uma dádiva divina, é um considerado um grande “pecado” porque é a negação do direito de vida/existir, de tentar acertar as coisas e de praticar o bem.  É difícil conceber a ideia de que enquanto Jesus Cristo deu a vida por nós, a descartamos por inúmeras razões que nos fazem enxergar somente o problema, isso quando não achamos que nós somos o problema.

Apesar dos tempos modernos e a defesa da liberdade da mulher e do direito dela fazer suas próprias escolhas a respeito do seu corpo, precisamos refletir como é tratada a questão do aborto frente às religiões e à sociedade.

Não vou defender o fim do aborto porque acredito que essa escolha é muito particular e íntima. Mas temos que discuti-las em que termos essa situação vem acontecendo atualmente em nossa sociedade. Acredito que o aborto é uma questão que deve ser tratada no âmbito da Saúde Pública e que carece de muito debate e entendimento de todos nós: sem moralismo ou condenação.

No filme “As mães de Chico Xavier” pelo caráter incondicional de defesa de vida o suicídio e o aborto são duramente rechaçados. Não pelo moralismo, mas pela condição da dádiva de viver, de amar, de ser uma chance que Deus nos dá para acertarmos nossos passos praticando a caridade. Uma chance = uma vida!

É difícil dizer isso para uma vítima de abuso. É muito difícil defender a vida nessas condições! Mas são os ensinamentos deixados para nós.

“Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança – um assassinato direto da criança inocente – assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros?…”

Madre Teresa de Calcutá (frase de encerramento do filme)

Doutrina Espírita

O longa chega num momento importante para o Espiritismo: momento onde o mundo está mais receptivo às novas ideias, mas colaborativo e mais solidário. Também está mais violento, mas um pouco mais reflexivo sobre os problemas que assolam a humanidade: pobreza, fome, miséria etc. Estamos em busca de soluções!

A doutrina espírita trouxe à minha vida a luz e o entendimento que eu precisava, ou melhor, está trazendo. Não consigo entender como fiquei tanto tempo no limbo!

Saber que há mais coisas, além dessas apresentadas na Terra, traz conforto e esperança ao longo da minha jornada. Saber que estou num processo de tentativas e erros, buscando acertar mais. Acertar mais é conseguir ser mais generosa, humilde, solidária, compreensiva, fazer o bem, enfim, ter a mente e o coração atentos às solicitações de meus semelhantes e do nosso grande pai.

É uma tarefa árdua, mas estou trilhando com muita perseverança e otimismo.

A certeza de que a vida não se encerra aqui traz esperança de que podemos fazer melhor, podemos tentar fazer mais!

 Filmes

O universo transcendental  conta ainda com a veiculação dos filmes “Bezerra de Menezes – O Diário de Um Espírito”, “O Filme dos Espíritos, “Nosso Lar” e “Chico Xavier”.

Se você não assistiu ao filme “As mães de Chico Xavier”, não perca mais tempo!

“A vida é uma oportunidade, aproveite-a…
A vida é beleza, admire-a…
A vida é felicidade, deguste-a…
A vida é um sonho, torne-o realidade…
A vida é um desafio, enfrente-o…
A vida é um dever, cumpra-o…
A vida é um jogo, jogue-o…
A vida é preciosa, cuide dela…
A vida é uma riqueza, conserve-a…
A vida é amor, goze-o…
A vida é um mistério, descubra-o…
A vida é promessa, cumpra-a…
A vida é tristeza, supere-a…
A vida é um hino, cante-o…
A vida é uma luta, aceite-a…
A vida é aventura, arrisque-a…
A vida é alegria, mereça-a…
A vida é vida, defenda-a…”

Madre Teresa de Calcutá


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