Na primeira semana de janeiro aconteceu o ato “Nenhuma a Menos – O Machismo Mata” em memória às vítimas da “Chacina do Réveillon”, onde um homem assassinou 12 pessoas. Dessas, nove eram mulheres, a quem chamou de “vadias” numa carta em que justifica o ato em razão da disputa travada pela guarda do filho. O assassino, acusado de abusar sexualmente do filho de oito anos, matou sua ex-mulher, o filho e também se suicidou.
Na ocasião, centenas de mulheres saíram em passeata pelo Centro de Campinas para denunciar o feminicídio e a misoginia presentes na sociedade.
Uma pesquisa realizada em 2014, pelo Instituto Avon em parceria com o Datafolha, revela que três em cada cinco mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos. Diante desse dado lamentável, nossa luta se faz ainda mais necessária.
É importante ressaltar que alguns poucos homens se juntaram à luta contra o machismo e a estrutura patriarcal – conjunto de relações sociais que estabelecem uma forma de hierarquia, controle e opressão nas relações entre homens e mulheres – demonstrando solidariedade e disposição de combater essa postura social, cultural e histórica construída em nossa sociedade.
É louvável que tod@s tenham se reunido para tentarmos junt@s desconstruir o próprio machismo que, muitas vezes, habita em nós (in)conscientemente!
Dia Internacional de Luta das Mulheres
No dia 8 de março, mulheres do mundo inteiro tomaram as ruas para denunciar as desigualdades de gênero e o feminicídio.
No Brasil, elas se levantaram em defesa da previdência e de suas vidas com o lema “Aposentadoria Fica, Temer sai! Paramos pela Vida das Mulheres!”. E os coletivos e coletivas feministas junto às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizaram manifestações para denunciar os projetos “segregacionistas” e desumanos do golpista Temer. As manifestações também levantaram a bandeira contra as diferenças salariais, a violência doméstica, o controle do corpo e todas as formas de opressão, desigualdades e discriminações sexistas.
Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações
No dia 15 de março foi a vez dos movimentos sindicais, sociais e estudantis tomarem as ruas contra o desmonte da Previdência Social Pública.
Sob o slogan “Resistir a todo custo contra a retirada dos direitos”, milhares de brasileiros se uniram em resistência à PEC 287/2016 que acaba com os direitos constitucionais previdenciários e nos obriga a trabalhar até morrer.
Essa reforma demonstra que o governo Temer tem a intenção de acabar com nossos direitos sociais e trabalhistas, ao mesmo tempo em que contribui para o aumento dos lucros dos banqueiros estimulado pela venda de previdência privada.
Nossa bandeira também é contra a Reforma Trabalhista
A aprovação na semana passada, a toque de caixa, da lei que libera o trabalho terceirizado em todas as atividades (de forma ampla e irrestrita) confirmou que o governo Temer está caminhando também para acabar com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Não é retórica, não! Me responda: como uma medida que estabelece a celebração de acordos abaixo do que está previsto na lei trabalhista, regulamenta que o terceirizado trabalhe em média três horas a mais por semana que os contratados diretos e ganhe salários em média 25% menores, pode ser boa para a classe trabalhadora?
Tenho certeza que as economias geradas para as empresas pela terceirização serão convertidas automaticamente em aumento das margens de lucro, e não em mais contratações. E ao contrário do que dizem o empresariado, os paga patos da Fiesp e o governo federal, a terceirização elimina direitos trabalhistas, não gera empregos e só traz segurança jurídica para as empresas.
Não! Realmente, não precisamos modernizar a legislação trabalhista desse jeito… para pior!
Há quem diga que a terceirização não traz qualquer perda de direitos ao trabalhador, pois os terceirizados são contratados com carteira assinada. No caso do jornalista PJ (pejota como se diz), por exemplo, ele é um profissional que, geralmente, é demitido da redação e contratado como Pessoa Jurídica para economizar custos trabalhistas para o veículo. Sem contar, as famosas “Eugências” de comunicação ou assessoria de imprensa, cujo prestador de serviço é um jornalista com CNPJ que faz tudo, literalmente, e também não tem direitos garantidos já que é uma empresa/agência, né!
Eu tenho ouvido muita bobagem de amigos e familiares apoiadores desses projetos e outras políticas “temeristas”. Mas sabe o que eles (mídia, governo e setor empresarial) não dizem? É que o único meio que de fato gera emprego é o crescimento econômico.
Plantando dúvidas na cabeça da população
Nesse pequeno relato dá para ver que 2017 vai ter muita luta, sim. E a classe trabalhadora e a sociedade civil organizada não irão fugir dela.
No entanto, é preciso construir um forte movimento de resistência envolvendo vários setores da sociedade porque a luta em defesa e, também, pela ampliação de políticas públicas e de direitos sociais é para uma vida toda e não pode cessar.
Vou encerrar por aqui para não virar um tratado de desagravo contra o pacote de maldades de Temer reconhecidamente intitulado como “uma ponte para o abismo”. Lugar para aonde estamos caminhando se não nos unirmos.
E você, de que lado ficará?
#NenhumaAMenos #MachismoMata #EPelaVidaDasMulheres #NenhumDireitoAMenos #ContraAReformaDaPrevidencia #ContraAReformaTrabalhista
2 respostas para “Resistência: começamos o ano com luta!”
Fer, tudo bem?
É importante resistir e participar de debates e dias de lutas.
Eu cobri o velório e enterro das vítimas da chacina e foi algo que mexeu muito comigo. Muito triste 🙁
Hida
http://www.blogdahida.com
Oi Hida, tudo ótimo!
Estamos passando por um período difícil de violência e perda de direitos.
Para nós mulheres a coisa está ainda pior.
Por isso, nem imagino como essa família ficou devastada com essa tragédia.
E cobrir um caso desses então…. como traduzir em palavras tamanha crueldade?
Gratidão Pela visita! Bjs!