[Resenha] Invasão no Iraque: Manipulação Censura e Mentiras da Imprensa dos EUA


invasao no iraque“Invasão no Iraque: Manipulação Censura e Mentiras da Imprensa dos EUA” é daqueles livros reportagens que desvendam o véu sobre seus olhos ao mostrar as mentiras que a mídia conta.

O livro é uma coletânea de artigos escritos e divulgados em sites da internet, entre 2003 e 2005, pelo jornalista Carlos Eduardo Magalhães mostrando as incoerências e as parcialidades da cobertura jornalística norte-americana na guerra do Iraque. De acordo com o auto, dirigida e comandada pela Casa Branca, a mídia do país agiu mais como uma agência de propaganda do que como imprensa.

A falta de ética jornalística dos veículos de comunicação, segundo a obra, colaborou para abafar os erros e crimes do conflito armado no Iraque patrocinado pelo governo americano que alegava que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa e possíveis conexões com terroristas internacionais.

O jornalista leva o leitor ao submundo da guerra no Iraque onde a manipulação dos meios de comunicação ditam as regras do jogo. Mostra também as artimanhas do Pentágono para transformar propaganda pró-guerra em notícia e a falta de reação e consciência do povo americano frente ao massacre promovido pelo conflito.

O leitor encontra em cada página que folheia histórias que achava conhecer bem – que leu, assistiu ou ouviu na mídia internacional – e que no fundo não é bem assim que deveriam ter sido contadas.

“Invasão no Iraque: Manipulação Censura e Mentiras da Imprensa dos EUA” afirma que houve farsa no resgate da soldado americana Jessica Lynch e que o atentando à jornalista italiana Giuliana Sgrena foi promovido pelas tropas ianques. O autor crítica o papel da ONU, ao alegar que houve omissão da organização frente ao massacre da população iraquiana, e a atuação dos meios de comunicação que, segundo ele, manipularam informações sobre a guerra e as violações aos Direitos Humanos daquela nação.

O livro apresenta a face vil de um Jornalismo sem ética, manipulador, alienante e que só está preocupado em omitir informações e lucrar com audiência. Parece até a mídia brasileira, mas não é, viu! Pura semelhança!

Literatura de Guerra

Tenho verdadeiro fascínio por livros reportagens e se for literatura de guerra meu entusiasmo aumenta. Mas confesso que esse livro foi um soco no estômago sobre os bastidores da cobertura dos correspondentes de guerra do Iraque.

A cada página uma manipulação se revelava o que me fez refletir sobre outros livros que li a respeito desse conflito armado.

“Invasão no Iraque: Manipulação Censura e Mentiras da Imprensa dos EUA” lança um olhar crítico sobre a atuação da mídia durante o conflito e, principalmente, seu papel no imaginário popular americano.

Não pretendo abrir aqui uma discussão política sobre a atuação do governo americano, mas apenas pontuar nessa resenha as principais revelações que o livro introduz a respeito da política externa americana. Entre elas está a afirmação de que a invasão americana no Iraque foi um dos maiores erros da história política dos EUA, iniciado por George W. Bush e perpetrado por Barack Obama. Primeiro por conta da justificativa falsa, depois pela desumanização dos atos e também por não conseguir construir um governo democrático decente que trouxesse melhorias à vida dos iraquianos. Pior, abriu brecha para o fortalecimento do Estado Islâmico e da Al Qaeda. Ao longo do livro o autor revela que os EUA têm uma política externa amparada no relacionamento com regimes autocráticos e que a imprensa esforça-se para encobrir os reais objetivos do governo.

É uma obra que recomendo a leitura, principalmente para estudantes de Jornalismo porque apresenta uma reflexão importante sobre o papel do jornalista; a diferença entre interesse público e o que interessa ao público; liberdade de imprensa; transparência, independência jornalística, cobertura de guerra; credibilidade, audiência e outras questões da área.

Lógico que não tem nada de novo a afirmação de que a mídia em algum momento manipulou, omitiu, mentiu, deturpou, alienou ou desinformou ao longo da sua existência, mas é bom relembrar ou conhecer histórias que exemplificam o quanto o 4º Poder vai longe para proteger os seus interesses. Boa leitura!

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Trecho do livro que fala sobre a “mea culpa” do New York Times

Sinopse

O governo norte-americano desrespeitou boa parte do mundo dito civilizado quando ignorou o Conselho de Segurança da ONU, ao invadir o Iraque. Usou e abusou de mentiras sobre a existência das armas de destruição em massa (ADM) no país do ditador Saddam Hussein. E para isso, para sustentar essas mentiras, a mídia norte-americana foi fundamental. Mentiram, manipularam e censuraram informações para convencer a todos que haviam as tais ADMs no Iraque.

Informações Técnicas

Título: Invasão no Iraque: Manipulação, Censura e Mentiras da Imprensa dos EUA

Autor: Carlos Eduardo Magalhães

Número de Páginas: 159 páginas

Editora: Editora Canudos

Avaliação: Ótimo


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