Hoje, 5 de março de 2013, relembramos com respeito o nascimento do poeta sertanejo, Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré.

O artista nasceu em Assaré/CE, em 5 de março de 1909, e faleceu na mesma cidade em 8 de julho de 2002, aos 93 anos. Comemoramos, então, 104 do nascimento deste nordestino que nos presenteou com uma rica e memorável obra poética e popular.
Patativa de Assaré foi considerado um dos melhores e mais socialista poetas do sertão brasileiro. Era um crítico ferrenho da situação política e social brasileira e nunca teve “papas na língua” para dizer o que pensava. Também não media palavras para denunciar a difícil situação do homem sertanejo e cobrar justiça social.
Suas poesias em versos foram aprendidas nos cordéis quando ainda criança e lhes renderam reconhecimento nacional e internacional, através de grandes prêmios, homenagens, títulos e honrarias, sendo a maior delas a nomeação, por cinco vezes, de Doutor Honoris Causa.
De toda a sua significativa obra – livros, canções, composições, literatura de cordel etc –, o que mais me toca o coração são os versos “Eu quero e todos querem”.
Eu quero e todos querem – Patativa do Assaré
Quero um chefe brasileiro
Fiel, firme e justiceiro
Capaz de nos proteger
Que do campo até a rua
O povo todo possua
O direito de viver
Quero paz e liberdade
Sossego e fraternidade
Na nossa pátria natal
Desde a cidade ao deserto
Quero o operário liberto
Da exploração patronal
Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha
Eu quero o agregado isento
Do terrível sofrimento
Do maldito cativeiro
Quero ver o meu país
Rico, ditoso e feliz
Livre do jugo estrangeiro
A bem do nosso progresso
Quero o apoio do Congresso
Sobre uma reforma agrária
Que venha por sua vez
Libertar o camponês
Da situação precária
Finalmente, meus senhores,
Quero ouvir entre os primores
Debaixo do céu de anil
As mais sonoras notas
Dos cantos dos patriotas
Cantando a paz do Brasil