Milagre em Santa Anna


Há tempos queria assistir o filme Milagre em Santa Anna de Spike Lee e não encontrava tempo e quando o tinha esquecia completamente de onde coloquei o DVD… loucuras minhas.

Não sou muito fã de filmes sobre a guerra, mas adoro filmes que reconstroem as histórias do passado. Mesmo que estes sejam apenas filmes, muitos baseados em fatos reais, mas com licença poética ou de compreensão.

Falar da Alemanha nazista ainda é um prato cheio para os cineastas do mundo inteiro… E renderá ainda muito pano pra manga, pode ter certeza.

O que falar de histórias de cumplicidade num ambiente hostil?

Spike Lee não poderia ficar de fora dessa. Também produziu seu filme com sua versão sangrenta sobre a guerra travada contra os alemães, sendo que esta se passa na Toscana (Itália) num vilarejo chamado Santa Ana.

Este filme comovente me fez refletir sobre como os negros eram tratados como lixo na guerra. Eram mandados para a linha de frente para poupar do combate acirrado os homens brancos. Não sou generalista, dizendo que todos os exércitos da terra maltratavam negros, mas que sempre houve diferença isso não dá pra negar até hoje.

É um filme que reforça a tese do cineasta de que negros e brancos não estão, ainda, em pé de igualdade, infelizmente!

E o que falar de Spike Lee que construiu sua carreira em cima de filmes que relatam o descaso, a indiferença, a discriminação e as injustiças cometidas contra negros americanos. Spike Lee tenta resgatar com seus filmes, histórias de vida que retratam anos após anos de opressão contra os negros, não só americanos, mas de forma geral, do mundo.

Diria que desta vez, ele não foi feliz tanto quanto em outros filmes, mas com um pouco de esforço do telespectador sua mensagem se faz ouvida, bem baixinha, mas se faz.

O filme fala das diferenças de tratamento entre brancos e negros, de confiança, de respeito, de lutar por um ideal – que nem sempre é seu – e de amor ao próximo.

Mas também fala de estereótipos que o próprio Spike Lee reforça entre os quatro soldados negros que protagonizam o enredo do filme: o malandro, o bobão, o que faz o que os outros mandam e o revoltado.

O início do filme tenta oferecer um mistério que se desvendará somente no final. Mas infelizmente, não é uma coisa que nos faz entender logo de cara. Ao final muitos podem achar que o início do filme poderia ter sido mais bem construído ou que o final poderia tem um enredo mais traçado. Ainda não sei se o problema está no início ou no fim do filme. Bom deixa pra lá!

Bom, de qualquer forma vale a dica para ver como um cineasta negro americano retrata uma guerra ao seu entender. São os olhos e ideais deste cineasta que se transportam para a tela de uma forma não tão consistente. Ele não foi feliz em mostrar as desigualdades, apenas balbuciou na tela que as diferenças existem. Mas isso todo mundo já sabe, né?

É bom dizer, que Spike já fez filmes bem melhores. Mas vale dar uma conferida para ver o que ele pensa.

Sinopse

Adaptação do romance de James McBride, ambientado durante a Segunda Guerra, que conta a história de quatro soldados americanos que fazem parte da 92º Divisão Buffalo Soldier – formada apenas por negros. Baseados na Toscana, Itália, em 1944, esses quatro homens caem numa armadilha preparada pelos nazistas. E acabam se separando quando um deles decide arriscar sua própria vida para salvar um garotinho italiano.

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